quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

a vida é bela...

Uma vez, um sábio senhor... Senhor não, de certo. Um jovem, sim; um guia, um orientador, um professor, professor deveras, não só da sua especialidade como daquilo em que não era especialista. Mas continuando, especialista ou não, um dia, saindo eu do sítio habitual de onde saio, saiu ele também à mesma hora, e por um momento caminhamos lado a lado e enquanto este momento durou, disse-me:
- Ias fugir, era?
- Não, professor, disse rindo, apanhada de surpresa, e divertida pelo que havia dito.
- Ri-te, ri-te!
- Pronto, então professor, não rir-me-ei mais, disse fingindo-me amuada, entrando na brincadeira.
- Não, não, ri-te, que só te bem faz. Gosto de vos ver a sorrir, contentes. A vida é bela!
- É sim, professor, um excelente filme, disse eu lembrando de um comovente filme com o mesmo título e por ser esse meu professor também realizador e amante do cinema, tal como eu e muitos.
- Ri-te. A Vida é Bela!
E assim deixamos a conversa, afastou-se ele, olhando para mim, esperando ver a minha reacção e eu olhando para ele, tentando perceber a sua intenção. Percebi então, que não ser referia a filme algum, que falava do fundo do coração, com toda a alma e tentando passar a lição mais preciosa que um professor possa ter.
Esta troca de olhares, apenas segundos durou. Repleta de inspiração e felicidade pela mais preciosa lição aprendida fora dos perimetros escolares, corri, lembrando-me que vinha meu amante encontrar-se comigo e corri para mais cedo o encontrar. Parando numas escadas mais adiante, ainda conseguindo ver a larga rua onde estivemos eu e o jovem sábio senhor, parei e olhei para trás, quando me apercebi de como a minha vida era bela de verdade e pelo enorme carinho que senti pelo meu professor por tal ter-me tentado passar e pelo carinho que senti da sua parte ao me querer ver sorrir e ensinar.
Quando olhei para trás, vi que também o meu professor me seguia com o olhar sorrindo, e olhando pela última vez, um olhar de adeus, sabendo que o espírito e sentimentos eram mútuos, um rasgo de energia, inspiração e felicidade, percorreu todos os meus nervos e músculos e fez-me correr ainda mais até à felicidade encontrar.


Dedicado ao professor António Pires pela sua mais pequena e valiosissima lição.

1 comentário:

  1. obrigado, eu nao escreveria melhor , fiquei contente pela tua alegria contagiante ... e agora fiquei contente pelas tuas palavras que guardarei como lembrança de que um sorriso vale muito ...

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